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Descrição Geral
Manuel Bandeira escrevia com miraculosa simplicidade, com um despojamento franciscano. O santo de Assis se desfez de todos os bens - e em certa ocasião até das vestes - para alcançar aquela simplicidade que combina com a perfeição. Bandeira, espírito franciscano, despojou sua poesia e prosa de todos as bijuterias de estilo, dos adjetivos balofos, das metáforas inúteis. Escrevia com frases secas e diretas, na linguagem de todo mundo e de todo o dia. Poeta por vocação, a crônica foi uma espécie de bate-papo com amigos, como ele mesmo a definiu, traduzindo as impressões, irritações e estímulos nascidos do cotidiano e anotados com encanto ou desencanto, numa atenta e risonha reverência à vida.